O céu começava a se tingir de tons de azul e lilás quando Felipe a chamou para a varanda.
O ar da noite era leve, e o vento trazia o cheiro sutil do jardim — lavanda, terra e o perfume inconfundível de baunilha que sempre o acompanhava.
Alice se acomodou na poltrona ao lado dele. Ele havia trazido uma manta, um gesto simples, mas que carregava uma delicadeza inesperada.
Por alguns minutos, ficaram em silêncio, ouvindo o som distante da cidade misturado ao farfalhar das folhas.
— Então… — começou ela, tentando quebrar o silêncio — você é um Alfa.
Felipe assentiu, o olhar preso em algum ponto distante.
— Sou.
— E o que isso significa? — ela perguntou, rindo de leve. — Que você manda em todo mundo?
Ele sorriu, mas havia algo melancólico no gesto.
— Ser Alfa não é mandar. É carregar o peso de todos. É proteger, decidir… e, muitas vezes, renunciar.
Alice o observava com atenção. A luz suave da varanda desenhava o contorno do rosto dele, acentuando a força e a serenidade que convi