O relógio marcava 16h58 quando o som grave do motor do carro de Felipe cortou o silêncio da estrada que levava à casa.
O céu começava a tingir-se de um dourado suave, e o vento frio trazia consigo o cheiro de chuva distante.
Felipe manteve as mãos firmes no volante, mas o pensamento distante.
Desde o instante em que deixara o Conselho, o nome dela pulsava em sua mente como um eco — suave, constante, inevitável.
Alice.
O lobo dentro dele se agitava, impaciente. Zurkh nunca fora paciente, e agora, depois do elo, parecia ainda mais inquieto.
“Ela nos espera.”
“Eu sei.”
Assim que o portão se abriu, ele sentiu.
O cheiro doce de baunilha pairava no ar, familiar, viciante.
Seu corpo reagiu antes mesmo que pudesse conter o impulso. O coração acelerou, o sangue ferveu sob a pele.
Felipe subiu os degraus da escada sem fazer ruído. O som das botas sobre o piso de madeira era quase imperceptível, mas o ritmo firme denunciava a urgência em cada passo.
A porta do quarto esta