O relógio marcava pouco antes das dez quando Alice chegou ao ateliê.
Carlos saiu do carro e abriu a porta para ela, como sempre fazia.
— Tem certeza que é aqui, senhora Alice? — perguntou, desconfiado.
— Sim. Confirmaram ontem. — respondeu sorrindo, sem imaginar o que estava prestes a acontecer.
A recepcionista as recebeu com gentileza, mas com um olhar confuso demais para passar despercebido.
Ainda assim, Alice foi conduzida até uma sala de espera VIP.
O ambiente era bonito, perfumado, silencioso.
Perfeitamente normal.
Ela se sentou, cruzou as pernas, pegou o celular para avisar Grace que havia chegado…
Sem sinal.
Achou estranho.
E, segundos depois, o mundo apagou.
Acordou com um gosto amargo na boca e uma pontada aguda na nuca.
O chão era frio. O ar, abafado.
O coração batia rápido, descompassado.
Tentou mover as mãos, presas.
Os pulsos ardiam sob algo apertado.
O som de metal arranhando o chão ecoou antes que uma porta se abrisse.
A luz invadiu o