Já haviam se passado quatorze horas desde o sequestro de Alice.
A noite envolvia a estrada que cortava os arredores da matilha, e o silêncio no carro era pesado.
Felipe permanecia imóvel, parado no acostamento, o olhar perdido no horizonte.
Liandra observava-o em silêncio, sentindo o clima ao redor mudar pouco a pouco.
Algo estava errado.
O Alfa havia parado bruscamente minutos antes, dizendo apenas:
— Eu senti algo.
Desde então, não dissera mais nada.
Agora, suas mãos apertavam o volante com força, os nós dos dedos brancos.
A respiração acelerava, o corpo tenso, como se lutasse contra algo invisível.
— Felipe? — chamou Liandra, atenta.
Ele não respondeu.
O olhar estava distante, e o ar dentro do carro parecia se tornar mais denso a cada segundo.
Foi então que aconteceu.
Felipe curvou-se levemente para frente, levando a mão ao peito.
Um som baixo escapou de sua garganta, um misto de dor e desespero.
A respiração tornou-se irregular.
Liandra se inclino