O domingo amanheceu calmo, o sol filtrando-se entre as copas das árvores da matilha.
O campo de treino estava vivo com o som de impactos e respirações ofegantes.
Alice girava, bloqueava e caía, sempre se levantando de novo, teimosa, determinada.
Felipe, de braços cruzados à sombra, observava em silêncio, o olhar carregado de orgulho e preocupação.
Mesmo suada e exausta, ela era o retrato da força que não se explica, apenas se sente.
Markus encerrava o treino quando o som de um motor interrompeu a manhã.
Um carro preto estacionou próximo à área, e Kael Donovan, o irmão de Mirela, desceu do veículo.
O relógio marcava dez horas em ponto.
Kael cumprimentou Felipe com respeito.
— Orsine. Vim me desculpar em nome da minha família. Minha irmã passou dos limites.
Felipe manteve o olhar firme. — Imagino que não veio até aqui só pra isso.
Kael assentiu, desconfortável. — Quero convidar vocês pra um almoço hoje. Um gesto de boa-fé.
Felipe hesitou, mas concordou. — Certo