Será que Luísa estava tocando a música que o mafioso detestava? O que será que vai acontecer com a pianista?
Apavorada, Luísa paralisou. — O que está fazendo no meu escritório? — Ele avançou, tocou em seus braços, levando-a para outro canto daquela sala. — Desculpe, só queria conhecer os cômodos da casa. Os olhos firmes e penetrantes se fixaram em Luísa. A desculpa esfarrapada não o convenceu. — Você já esteve no meu escritório outras vezes. — Ele apertou ainda mais os meus pulsos. — Por que voltou para fuxicar as minhas coisas? Os ombros de Luísa se contraíram. — Queria ver aquele documento que o senhor ia me entregar. Introduzindo os dedos nos cabelos, ele jogou os fios para trás. Por pouco, Luísa não encontrou o teste do exame de paternidade de Enzo. — Você mexeu na porra da minha mesa e quebrou o porta-retratos. — Desculpe, vou comprar outro. — Nunca mais mexa nas minhas coisas. — Revoltado, ele falou por entre os dentes apertados. O medo fazia o estômago de Luísa embrulhar. Queria fugir dali e encontrar algum lugar para se esconder. Nervosa, ela tomou coragem para se mover em
A mão dele traçava o contorno de seu rosto com lentidão. Seus olhos buscavam a luz que vinha do corredor, como se pudesse encontrar um fio de lucidez. — Não! — Ele tentou resistir. Ao invés de se afastar, ele tomou o seu rosto por entre as mãos e roubou um beijo. Selvagem, quente e molhado. Ela quis recuar, empurrá-lo, gritar que o odiava, que aquilo era errado. Mas a boca de Paolo pressionava a sua com força. Os dedos dele escorregaram por sua cintura, buscando as coxas, e então, começou a puxar o tecido. Luísa mordeu os lábios de Paolo. Cravou as mãos no peito dele, tentando afastá-lo. Ele recuou, mas não perdeu o sorriso malicioso. Passou o dedo pelo próprio lábio, colhendo a gota de sangue que escorria. O olhar de Don Morano ardia de desejo. — Sempre consegui o que quis — falou ele, com um sorriso torto. — Mas você me obriga a lutar e isso me enlouquece — roçou a barba no pescoço dela, fazendo-a estremecer. — Por favor, não faça isso… não me machuque… Ele se afastou um pouco,
As mãos firmes afastaram os joelhos de Luísa, forçando-a a se abrir para ele. O olhar faminto percorria cada curva exposta, enquanto os lábios traçaram um caminho lento e pecaminoso por sua pele arrepiada. Ele espalhou beijos ao longo de sua coluna, enquanto os dedos ágeis exploravam o centro pulsante, deslizando pelo botão intumescido, pressionando-o, brincando com a umidade generosa que se acumulava ali. O corpo dela se arqueou, um gemido entrecortado escapando de seus lábios.— Molhadinha… — a voz grave veio carregada de desejo.A glande tocou sua entrada latejante e ele deslizou devagar, provocando-a, fazendo-a sentir cada centímetro se embrenhando em sua carne quente e receptiva. Recuava, deixando somente a ponta, para então se afundar novamente, mais fundo, mais intenso.Grunhiu contra os fios loiros, completamente tomado pelo tesão. Movia-se em círculos dentro dela, estimulando-a de todas as formas, fazendo-a estremecer a cada investida. A posse era completa, impiedosa, um jogo
— Posso voltar para o meu quarto?— Não, a partir de hoje, você vai dormir aqui. — Don Morano mandou sem admitir réplica. Incomodada, Luísa se deitou de costas para ele. Esperou até que Paolo cochilasse, mas ele saiu da cama e foi para a escrivaninha, onde se sentou na cadeira e começou a mexer no laptop. Sem opção, ela se enrolou nos lençóis até que as pálpebras pesaram.Ainda envolta pelo torpor do sono, Luísa piscou lentamente, sentindo a luz matinal beijar-lhe o rosto. A claridade invadiu suavemente o quarto através da imensa vidraça, sinal de que o dia mal havia começado. Seus olhos tentaram resistir por mais alguns segundos até que uma sombra inesperada bloqueou parcialmente a luz. Quando finalmente os abriu, deparou-se com a figura do homem nu que estava em pé, diante da janela, observando em silêncio a paisagem que cercava a propriedade.Ela esfregou os olhos com as costas das mãos, lutando contra a sonolência que ainda a dominava, tentando assimilar a cena diante de si. Paol
Com o passar dos dias, Luísa começava a aceitar a aproximação entre ela e Paolo. Por sua vez, o mafioso se sentia compelido a lhe revelar toda a verdade, mas a coragem o abandonava sempre que cogitava fazê-lo.Como se os entraves do processo de divórcio com Marcos já não fossem suficientemente exaustivos, Luísa demonstrava uma obstinação crescente em arrancar tudo o que pudesse do ex-marido e da meia-irmã. Tinha plena ciência de que não precisava daquilo, mas insistia em seguir adiante, movida por um desejo velado de se vingar por tudo o que fizeram com ela.Em certa manhã, Paolo adentrou a sala de música antes do horário habitual. Introduziu as mãos nos bolsos da calça de linho preta e, em silêncio, contemplou o piano à sua frente. Luísa não estava lá.Fazia muitos anos desde a última vez em que se permitiu tocar. Mas naquela ocasião, ele se sentiu impelido a se acomodar no banco e permitir que os dedos revisitassem as teclas, como velhos conhecidos reencontrando-se após uma longa au
— Sim — respondeu, por fim, a voz rouca, carregada de uma honestidade que ele não conseguia disfarçar. Voltando-se lentamente, encarou-a. Os olhos de Luísa buscavam os dele com avidez contida, como quem procura fragmentos de um passado esquecido. Paolo sustentou o olhar por alguns segundos, depois baixou os olhos, desviando para a mão dela, que ainda repousava sobre seu peito. Tocou-a com delicadeza e a afastou com gentileza, como se temesse quebrar algo frágil demais. — É melhor não tocar nesse assunto. — Não me recordo daquela noite — murmurou ela, apertando os lábios com leve angústia. — Mas algo dentro de mim reagiu quando te vi tocando e cantando aquela canção. É como se minha alma reconhecesse algo que minha mente ainda não alcança. Paolo arqueou ligeiramente as sobrancelhas. A sinceridade em sua voz mexia com ele. Passou a mão pelos cabelos escuros, num gesto involuntário de frustração. — Você se arrepende de ter passado a noite comigo há cinco anos? — Ela indagou. — Eu me
A revelação feriu mais profundamente do que a traição de Marcos com a sua meia-irmã. Não conseguia digerir o fato de que aquele homem se aproveitou de sua inocência quando era mais jovem. A governanta entrou no cômodo, pigarreando discretamente, enquanto trazia a criança no colo. — Mamãe! — A voz infantil chamou. — Oi, meu anjo… — Tá chorando? — Não, é só um cisco que caiu nos meus olhos. Luísa levou a mão ao rosto e enxugou as lágrimas com a palma. Lançou um olhar carregado de desprezo na direção de Paolo, depois pegou o filho nos braços e saiu do ambiente. Ele não a seguiu. Julgou mais prudente permitir que o clima amainasse antes de retornar ao assunto que os havia dilacerado.❛ ━━━━・❪ ❁ ❫ ・━━━❜Uma hora depois, Luísa estava brincando com o filho no quarto. Estavam sentados sobre o carpete macio quando o toque insistente do celular interrompeu a leveza do momento. Ela se levantou, deixando o menino entretido com seu carrinho, e caminhou até a cômoda ao lado da cama. — Oi, Ca
Ela parou. Olhou para a mão dele em seu braço, depois para o rosto.— Fala.Paolo soltou seu pulso com cuidado. Passou a mão pelos cabelos, respirando fundo.— Não sou bom com palavras...— Já percebi. — Ela esboçou meio sorriso.Paolo inclinou-se ligeiramente, reduzindo a distância entre os dois. Seus olhos a examinavam com intensidade contida, como quem tenta decifrar algo precioso, mas trincado.— Sei que você ficou com a casa…— Como soube?— Tenho olhos e ouvidos em toda parte.Luísa desviou o olhar, mas não recuou. — Não quero que volte para Japigia. Lá é muito perigoso.Suas mãos estavam frias, e ela as esfregava discretamente.— Eu sei me defender.— Não sabe de porra nenhuma — ele rebateu. — O seu ex e sua irmã podem continuar te atacando.Ela o encarou, e por alguns segundos, não houve som além do leve canto dos pássaros ao longe.Paolo ergueu a mão e afastou uma mecha de cabelo que escapava do coque improvisado dela. Seus dedos roçaram sua pele de leve.— Me deixa continua