As luzes tremeluzentes da boate coloriam os rostos suados e os corpos que dançavam na pista de dança. Jovens embriagados perdiam-se entre goles, beijos e linhas de pó que estavam esparramadas nas superfícies escuras. O cheiro de álcool e desejo impregnava o ar. Paolo atravessou aquele ambiente como se não pertencesse àquele mundo — porque, na verdade, não pertencia mais.
Ao alcançar a área VIP, localizou Antonio Berlusconi com facilidade. O amigo estava reclinado em uma das poltronas de couro, os olhos fixos na dançarina que deslizava pelo pole dance com uma fluidez quase hipnótica.
— É bom que essa informação valha a minha noite — disse Paolo ao se aproximar.
O sargento Antônio Berlusconi virou devagar, sem tirar os olhos da mulher por muito tempo.
— Vai valer muito — respondeu num tom descontraído:
Virou o copo de uísque de uma vez e depositou-o na bandeja da garçonete antes de continuar, aproximando-se discretamente.
— Descobri que o seu tio estava conversando com o líder da Capria