“Rede de luxo é rede do mesmo jeito.” — Anotação de R.
No dia seguinte, lá estávamos outra vez em meu apartamento para dar continuidade às investigações. Não havia chá, nem café desta vez. Apenas o brilho frio do notebook de Rafael iluminando metade da sala e um clima de “reunião de emergência”.
— Pronta? — ele perguntou, os dedos suspensos sobre o teclado, como se qualquer toque pudesse acionar algo irreversível.
— Não — respondi, sentindo o estômago se contrair. — Mas abre assim mesmo.
O clique soou mais alto do que deveria. A tela se inundou de pequenos quadrados, linhas que se cruzavam, setas que apontavam para destinos incertos — um mural de investigação digno de série policial, só que real demais para ser entretenimento.
Rostos congelados em fotos: alguns borrados, outros em preto e branco, todos carregando histórias que talvez fosse melhor não conhecer. Nomes verdadeiros, apelidos, datas de entrada e de saída, setas ligando uma mulher à outra, de um endereço ao outro... e um si