“Eu volto para o lugar onde doeu, não para recomeçar, mas para terminar o que me tiraram.” — Anotação de R.
Dois meses cabem numa mala quando a gente aprende a dobrar a saudade. Depois de deixar tudo arranjado para a inauguração da filial da Lancaster Holdings, voltei a Split para respirar sem plateia.
Cumpri o combinado: duas semanas no Brasil, cronograma entregue, protocolos amarrados; regressei à Croácia com o anel ainda suspenso no zíper interno, entre a promessa e a prudência.
O tempo passou devagar, como passam os dias que esperam notícia.
Matheo — já tinha partido na frente para o Brasil. Precisavam dele nas últimas aprovações, o tipo de força tranquila que acalma diretor e pedreiro. Eu iria em seguida, ao lado de Dayse e dos trigêmeos que ajudei a criar, três pulsares que me lembram que o mundo ainda inventa milagres.
*** No desembarque, a cidade bateu na pele como ar quente que não pede licença. O Brasil não é cenário; é corrente elétrica. Dayse apertou minha mão com a firmez