"Hoje, deixei que meu nome circulasse entre os gigantes. Não como pedido de desculpas — mas como aviso."
— Diário de D.
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O edifício da Bellucci Corporation erguia-se como um império envidraçado no coração do centro financeiro de São Paulo. Trinta andares de aço e ambição, onde as janelas refletiam não apenas o céu cinza da metrópole, mas também o legado de uma dinastia construída à base de poder, silêncio e sacrifícios ocultos.
Lá no topo, o ar parecia mais rarefeito. A sala principal, ampla e minimalista, exalava domínio e contenção. Era como o próprio Enzo Bellucci: impecável, impenetrável.
Sentado à sua mesa de mogno, Enzo percorria relatórios com olhos treinados. Cada número, cada gráfico, cada desvio percentual era lido com a frieza de quem aprendeu a prever tempestades antes mesmo das nuvens se formarem. O mercado era guerra. E ele, um general que não podia errar.
Foi nesse silêncio controlado que a porta se abriu com discrição. Carolina, sua assessora-chefe, entrou com passo