Enzo estava sentado há horas ao lado do leito no Centro Médico John Hopkins, em Boston. O quarto permanecia envolto em um silêncio quase absoluto, quebrado apenas pelo som compassado dos monitores — um som mecânico, impassível, indiferente à tragédia que se desenrolava ali.
Victoria, pálida e ainda desacordada, repousava sob a luz fria da enfermaria. O corpo imóvel era um lembrete doloroso do que acontecera, do que ele fizera.
— Ela vai sentir muita dor quando acordar — dissera o médico.
— Mas houve progresso. Talvez... haja uma recuperação parcial.
Enzo apenas assentiu. Não havia sorriso, não havia lágrima, apenas um vazio devastador que o mantinha preso ali. Segurava a mão dela entre as suas, como se pudesse, de algum modo, reconstruir o que havia sido destruído.
― Eu dirigi rápido demais. Insisti na curva. Você confiou em mim e eu te quebrei. Me perdoa...
Mas ela não respondia. Apenas dormia. Um sono induzido, um abismo do qual ele não sabia se ela voltaria inteira.
Então, ba