“Não se ganha uma guerra com ressentimento. Mas se sobrevive a ela com verdade.” — Clarice Lispector
Do outro lado da cidade, Victoria também assistia ao vivo.
O copo de cristal trincou em sua mão sob a força dos dedos, um som seco que ecoou mais fundo do que a própria rachadura.
Não era só raiva que pulsava em suas veias. Era um medo visceral, um pânico que a consumia.
Aquela mulher, com precisão cirúrgica, havia atingido o ponto exato onde Victoria era mais vulnerável. A narrativa escapava de suas mãos como areia fina, e essa perda de controle a corroía mais do que qualquer afronta direta.
Num movimento abrupto, ela se ergueu, os olhos faiscando, e lançou o controle remoto contra o chão com uma força que parecia querer estilhaçar mais do que apenas plástico.
— Maldita... — sussurrou, a voz carregada de um ódio impotente.
Pegou o celular com dedos trêmulos.
Ligou para Luna. Caixa postal.
Tentou o advogado. Chamando. A cada toque sem resposta, o nó em sua garganta apertava.
Por fim, d