A noite caiu antes do esperado, como se o céu da mansão tivesse se cansado e decidido se fechar em tons desbotados.
Lá fora, as nuvens carregavam o mesmo peso que apertava o peito de Dayse — uma sombra silenciosa que parecia se infiltrar pelas paredes frias e corredores vazios.
Um arrepio percorreu sua espinha enquanto seus olhos se perdiam naquele céu sem cor.
Os passos apressados dos criados ecoavam como um aviso mudo.
Ela não precisava de palavras para saber: Enzo estava de volta.
A porta se abriu e Luna entrou, com a naturalidade de quem se sente dona do espaço.
— O senhor Bellucci quer vê-la agora — anunciou, sem rodeios.
Dayse levantou-se devagar, respirando fundo antes de seguir Luna.
Seus passos eram cautelosos, mas firmes, como se avançasse rumo ao incerto, sem saber o que esperar.
Foi levada ao mesmo quarto do mês anterior, onde tudo parecia intocado pelo tempo, como se nada houvesse mudado desde sua última visita.
Enzo estava em pé junto à janela, segurando uma taça de vinh