“Meu corpo sentia o que minha mente se esforçava para negar: que ainda era dele, mesmo depois de tudo.” — Diário de D.
♫ Trilha sonora sugerida: “The Night We Met” ― Lord Huron
O céu da cidade brilhava com luzes indecifráveis, como se cada pontinho luminoso escondesse uma história não contada. Dayse observava tudo da sacada, envolta pelo vento suave da noite e por pensamentos mais barulhentos do que qualquer buzina lá embaixo.
As luzes pareciam tão distantes, surdas ao tumulto que havia dentro dela. O apartamento, finalmente, estava vazio. Um privilégio raro e quase assustador. Os meninos estavam em um acampamento de férias. Sete dias longe.
(Theo também tinha ido — coincidência... ou talvez o destino...)
Pela primeira vez em anos, o silêncio do apartamento, às vezes tão desejado, agora soava alto demais. Como se houvesse espaço demais entre as paredes e dentro dela mesma. Ela não precisava aumentar a voz para ser ouvida, nem correr para guardar os brinquedos espalhados pela sala. E m