Enzo permanecia imóvel junto à janela, o olhar perdido em algum ponto além do vidro.
A luz tímida do abajur projetava sombras inquietas que pareciam ganhar vida, deslizando e se contorcendo sobre seu rosto. Era como se aquelas formas etéreas traduzissem, em sua dança silenciosa, o turbilhão de emoções que ele mantinha trancado dentro de si, preenchendo o quarto com uma tensão quase palpável.
A camisa preta, desabotoada, caía suavemente sobre o peito, revelando a firmeza esculpida de sua pele clara, que parecia quase brilhar sob a luz.
Cada detalhe parecia cuidadosamente moldado, uma obra de arte viva. A boxer, ajustada com uma elegância despretensiosa, traçava as linhas de sua masculinidade com uma sobriedade que não precisava de adornos para impressionar, como se a simplicidade fosse, por si só, uma declaração de força e confiança.
Ele não se moveu de imediato quando ela entrou. Permaneceu imóvel, os olhos fixos nela, carregando uma expressão que oscilava entre o vazio e a indiferenç