Naquela mesma noite o telefone tocou na mansão Bellucci.
Theo atendeu, sem entender muito bem quem poderia ser.
— Alô?
Do outro lado, a voz que ele menos queria ouvir.
— [Theo, meu querido. Como você está?]
A voz fria e doce de Victoria ecoou pelo telefone.
Theo sentiu o estômago revirar.
A madrasta nunca o chamava assim.
— O que você quer? — perguntou, já irritado.
— [Que maneira mais rude de falar com sua mãe, Theo…] — disse ela, com um ar teatral.
— [Depois de tudo o que eu vivi, depois de tantos anos lutando… finalmente vou voltar a andar. Consegui um dos melhores cirurgiões da Europa. E sabe o que é mais incrível? Consegui sozinha.]
Fez uma pausa breve: — [você devia estar feliz por mim. Ou será que até isso é demais pedir ao próprio filho?]
Enzo apertou o punho.
― "Você não é minha mãe." ― pensou. Mas não disse nada.
— [Liguei para avisar que estou voltando para casa. Só queria dividir minha alegria com vocês.] — continuou ela.
Theo sentiu um calafrio.
― "Ela vai 'voltar' a anda