Dentro da mansão, a atmosfera havia se transformado; não parecia mais uma casa comum, mas sim um intricadíssimo relógio. Cada batida do coração era como um lembrete pulsante, e cada degrau soava como um tique-taque silencioso, ecoando pela desolada estrutura.
Dayse sentia a passagem do tempo como se estivesse presa em uma armadilha invisível.
Naquela manhã, Luna apareceu à porta do quarto, seu semblante habitual de frieza, inspirando em Dayse um arrepio súbito, mas algo estava claramente diferente — um leve franzir das sobrancelhas e uma pressão quase palpável nos ares.
― O senhor Lorenzo deseja falar com você agora ― anunciou Luna, sua voz gélida como seu olhar penetrante.
Dayse levantou-se da poltrona onde estava concentrada em fingir ler um livro. Do outro lado do quarto, Enzo que ainda estava se vestindo, lançou um olhar para ela, mas não pronunciou uma única palavra.
O silêncio entre eles pesava tanto quanto a tensão que pairava na mansão-relógio, onde cada segundo parecia carreg