Claire
Quando subi o último degrau, encarei a porta do meu apartamento. Ela não estava mais quebrada. Uma nova fora colocada em seu lugar. Benoît entregou um molho de chaves novas. Ao entrar em casa, tudo estava perfeitamente em ordem, como deixei ao partir às pressas.
Na lavanderia, o buraco na parede atrás da máquina de lavar havia sido fechado e pintado. Nem mesmo parecia que aquilo havia existido. Voltei para a sala e parei no meio do cômodo. Eu tinha medo até mesmo de respirar ali dentro, de coçar o rosto. A sensação era que eu estava sendo observada, mesmo que eu soubesse que não.
Sentei-me no estofado e encarei a TV de 42” à minha frente. Analisei meu reflexo nela, observando minha leve palidez. Eu não conseguiria ficar ali. Engoli em seco, sentindo o meu corpo pinicar. Levantei-me de pressa, apanhando a mala que me acompanhou o dia no trabalho, e saí de casa.
Ao deixar o prédio, Benoît saiu de seu carro, o mesmo que me levara ao trabalho e depois me trouxera para casa, vind