Era impossível conter minhas lágrimas vendo Clara ali, tão frágil.
O som dos monitores e o compasso dos batimentos do bebê preenchiam o quarto com uma melodia que parecia zombar da dor que me consumia.
Ainda com receio, coloquei a mão sobre a barriga dela — imóvel, cercada por fios e aparelhos — e senti uma pontada que rasgou meu peito.
— Meu amor… nós estávamos tão felizes. Tínhamos acabado de nos casar… — murmurei, enquanto as lágrimas desciam silenciosas.
Minha postura, o orgulho, qualquer resquício de controle… nada disso existia mais. Eu trocaria de lugar com ela sem pensar duas vezes.
— Eu quero tanto você, meu amor. Desde o primeiro dia em que te vi… — sussurrei, mais pra mim do que pra ela. — Eu só quero você e o nosso filho comigo.
A porta se abriu suavemente. Uma enfermeira entrou, a voz baixa, respeitosa:
— O doutor Andrew Collins já chegou, está analisando o prontuário.
Assenti, enxugando as lágrimas com o dorso da mão. Com cuidado, deixei a mão de Clara repousar sobre o l