Diminui a velocidade. A Porsche era nova — devia tê-la há uns seis meses — e, aproveitando a revisão do outro carro, pedi que dessem uma olhada nela também. Imaginei que não fosse nada grave.
Mas, antes mesmo que parasse completamente, uma fumaça espessa começou a subir do motor.
Frenei bruscamente.
— Desce do carro, Clara! — ordenei, com a voz mais firme do que minha própria calma. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas sentia que havia algo muito errado.
Tentei soltar o cinto. Travou. Tentei de novo. Na terceira tentativa, finalmente consegui destravá-lo e abri a porta com força.
— Eu não tô conseguindo, Lorenzo! — a voz dela falhou, tomada pelo pânico.
— Calma, eu vou te ajudar! — gritei, mas, assim que saí, o fogo já começava a invadir a cabine pelo lado do motorista. Se o cinto não tivesse destravado a tempo, eu estaria morto.
O pânico tomou conta de mim. A estrada de chão estava mergulhada na escuridão — apenas a lua e as chamas iluminavam a cena. Corri até o lado do passage