Uma enfermeira se aproximou, e por um instante meu coração acelerou — achei que vinha com notícias de Clara.
Mas não.
— Senhor Bianchi, precisamos cuidar da sua mão — disse ela com gentileza.
Foi então que olhei para baixo e vi o pano que envolvia meus dedos. Nem percebi quando o colocaram — provavelmente o fazendeiro que nos ajudou no início de tudo. O tecido estava completamente encharcado de vermelho.
— Vamos, Lorenzo — insistiu Graziela, percebendo minha hesitação.
— Vá, Lorenzo. Se houver qualquer notícia, eu te aviso — completou Harry, ficando na sala de espera.
Segui com Graziela até a pequena sala onde fariam a sutura. A enfermeira limpou o ferimento com precisão, o cheiro do antisséptico queimando minhas narinas enquanto o fio atravessava minha pele. Eu mal sentia a dor física — a outra, a que dilacerava o peito, era muito maior.
Quando voltei à sala de espera, me senti vulnerável, impaciente, impotente. Eu, que sempre tive tudo sob controle, agora era refém do tempo, de máqu