Entramos no quarto. Fui até a sacada com meu pai e acendemos charutos enquanto minha mãe tirava os saltos. Assim que se livrou deles, sentou-se conosco na sacada do quarto deles no Plaza.
— Lorenzo, meu filho — começou ela, com a voz firme, mas carregada de emoção —, não vou ser hipócrita dizendo que estou cheia de alegria com sua decisão, mas confesso que estou orgulhosa de ver você defendendo suas escolhas.
Ela fez uma pausa, contemplando as luzes de Nova York se espalhando abaixo.
— Eu pensava em algo maior para você… — continuou —, mas se você está feliz, eu estou feliz também.
Tirou os óculos, revelando olhos marejados.
— Você e Graziela são tudo que há de mais importante na minha vida. Eu abriria mão de qualquer coisa para não os perder.
Respirou fundo, a voz embargada:
— E confesso que foi um choque saber que Clara vai ter um filho seu… E o choque foi ainda maior quando soube do acidente. Eu temi por você, Lorenzo, e principalmente pelo bebê que ainda nem veio ao mundo.
As lágr