Entrei no quarto de Clara tentando entender aquela sensação sufocante que me dominava.
Quem poderia odiá-la a ponto de querer matá-la?
Beatriz.
O nome ecoou em minha mente como um estalo seco.
Mas ela não iria tão longe... ou iria?
Seria vingança pelo emprego que perdeu por minha causa? Não fazia sentido. Se quisesse se vingar, que o fizesse de mim — não de Clara.
A raiva começou a crescer dentro de mim, um fogo silencioso queimando cada pensamento. Se Beatriz tivesse feito isso… ela estava acabada.
Coloquei o celular para carregar e, assim que ele ligou, fui bombardeado por uma enxurrada de mensagens.
Minha mãe, meu pai, Graziela, até Harry. Provavelmente minha mãe havia contado algo, preocupada como sempre.
Antes que eu conseguisse responder a alguém, o celular começou a tocar novamente.
Era ela.
Por um segundo, pensei em não atender — eu já tinha problemas demais —, mas acabei cedendo.
— Onde você está, Lorenzo? Desde que saiu daqui, tentamos falar com você, mas não conseguimos — a