Esperei Isabella ir brincar no jardim. Esperei as empregadas sumirem. Esperei o momento certo. Mas com Matteo... nunca existe momento certo. Ele sempre sabe. Sempre sente.
Eu estava sentada na beira da cama, as mãos entrelaçadas, as unhas marcando a palma. Matteo entrou no quarto tirando o paletó, os movimentos firmes, seguros, o homem que comanda tudo, inclusive a minha respiração.
— Aconteceu alguma coisa? — ele perguntou, sem rodeios, ao me ver ali, calada.
Levantei devagar. O coração batia tão alto que era quase um tambor tribal no meu peito.
— Preciso te contar uma coisa. — falei, sem enrolar.
Ele parou, sério. Matteo nunca foge de confrontos.
— Fala.
— Eu estou grávida.
O silêncio foi instantâneo, cortante.
Ele me encarou, o maxilar trincado, o olhar escuro mergulhando no meu. O tempo parou.
— Tem certeza?
— Duas linhas vermelhas. — sussurrei, com um meio sorriso nervoso. — E enjoo todas as manhãs. Não é coincidência.
Ele se aproximou devagar, como uma fera prestes a