Três meses depois...
Três meses.
Noventa dias.
Dois mil e cento e sessenta horas.
Preso. Isolado. Cheirando mofo, sangue e arrependimento.
A cela é pequena, mas o ódio ocupa cada centímetro.
Aqui, a escuridão tem nome.
Angeline.
A mulher que eu amei. A mulher que eu protegi. A mesma que me destruiu com um único movimento. Frio. Preciso. Letal.
A prisão é uma tortura silenciosa. O tempo não anda, rasteja, me arranhando como lâmina cega, me lembrando todos os dias que eu fui enganado. Traído.
Fudido.
Já não sei o que é sono.
Só tenho raiva.
Só tenho sede de vingança.
Hoje é dia de visita.
Giovanni chega primeiro, com o olhar duro e atento de sempre. Logo atrás dele, Verônica entra com Isabella e Luca.
— Papai! — Isabella grita, os olhinhos brilhando, sem entender que o pai dela agora vive atrás das grades. Que o homem que ela ama é chamado de criminoso.
Me ajoelho. Ela se joga nos meus braços e eu a aperto como se fosse minha âncora nesse inferno. Ela é tudo que me resta de luz.