UM BOM PAI, TALVEZ...
No quarto, enquanto tirava a camisa, Angeline veio atrás, com aquele olhar de reprovação que eu já conhecia bem. Braços cruzados, queixo erguido, pronta para discutir.
— Você foi duro com Isabella. — ela começou, seca. — Ela é uma criança, Matteo. Cinco anos. Você precisa ter mais cautela.
Revirei os olhos e joguei a camisa na poltrona.
— Cautela? — ironizei. — Não sou do tipo que mede palavras, Angeline. Muito menos com minha filha. Ela precisa aprender desde cedo que o mundo não vai passar a mão na cabeça dela.
— Mas você é o pai dela! Não o mundo! — ela retrucou, a voz embargada de raiva. — Você pode ensinar sem ferir. Você pode corrigir sem ser frio.
— Isso é o que você pensa. Cresci com um pai que não poupava palavras, e veja onde estou.
— Exatamente. — ela disparou. — Um homem endurecido, acostumado a mandar e não ouvir ninguém. Mas agora você vai ser pai de novo. E precisa entender que cada filho é diferente. Isabella já perdeu a mãe, Matteo. E eu não sou ela.
Essa últim