Os dias se arrastavam, e a sensação de estar presa em um pesadelo se intensificava a cada manhã.
Eu era o assunto principal das fofocas, e todos pareciam se deliciar com o fato de que eu estava morando com meu pai. A vergonha que eu sentia era esmagadora, e cada risada que ouvia nas ruas parecia ser direcionada a mim.
Leonardo, não facilitava as coisas. A presença dele era opressiva, e eu tentava evitar qualquer tipo de interação. Quando eu ia dormir, trancava a porta com medo que ele entrasse, meu coração acelerava ao ouvir o som de seus passos no corredor.
Naquela manhã, sentei-me à mesa do café da manhã, tentando ignorar a tensão que pairava no ar. Leonardo já estava lá, olhando para o celular com um semblante sério. A atmosfera estava carregada de desconforto.
— Olha só, a "grande Angeline" de volta ao lar — ele começou, a ironia em sua voz sendo como uma lâmina afiada. — Não é engraçado como a vida dá voltas?
Senti meu rosto esquentar, mas permaneci em silêncio, apenas mexendo no