O avião havia acabado de pousar em solo francês quando senti Miguel entrelaçar os dedos nos meus. Eu olhei para ele com um sorriso discreto, tentando ignorar o aperto no peito que me acompanhava desde que saímos de Sevilha. Estávamos ali para o aniversário da avó de Giulia, e por mais que fosse uma celebração em família, o clima era outro. Bastava lembrar do telefonema da mãe de Helena para sentir minha ansiedade pulsando mais forte.
Giulia estava entre nós, sonolenta, a cabeça escorada no ombro do pai. O avião taxiava pela pista e eu me obriguei a focar no essencial: proteger aquela menininha. Não importava o que viesse, eu a amava. E agora, também amava o homem que segurava minha mão com tanta firmeza.
Descemos do avião particular e logo vimos o carro da família já nos esperando na pista. O motorista nos cumprimentou com um francês impecável, e Miguel respondeu no mesmo tom fluente, embora sua expressão tenha ficado mais dura ao ver quem descia do carro: os pais de Helena.
— Ah, Mig