A França sempre teve um ar romântico para mim — um lugar de filmes, sonhos e promessas. Mas, ao pisar fora do carro ao lado de Miguel e Giulia, o frio que senti não veio do clima. A mansão da família de Elena, com seus jardins meticulosamente podados e a fachada imponente de pedra clara, parecia mais um cenário de julgamento do que de boas-vindas.
Giulia, animada como sempre, soltou a mão do pai e correu na direção dos avós assim que os viu na porta da casa. A avó, vestida com um tailleur bege impecável, abaixou-se com um sorriso aberto para receber a neta, e o avô logo se aproximou, enchendo a menina de carinho. Eles pareciam felizes em vê-la, e isso me deu um breve alívio.
— Giulia! Mon ange, como você cresceu! — exclamou a avó com uma ternura surpreendente.
Miguel e eu ficamos alguns passos atrás, observando. Ele apertava minha mão com força contida.
— Eles estão felizes por vê-la. — murmurei, tentando oferecer algum conforto.
— Estão. Mas daqui a pouco vêm os comentários. Eles nun