A tarde caiu devagar naquele domingo preguiçoso. Giulia dormia há mais de uma hora, depois de correr pelo jardim com a energia de uma criança que ainda não percebe que o mundo pode ser cruel.
Eu estava no escritório, revisando alguns documentos que Carmem havia deixado em minha pasta. Ainda era cedo pra retomar compromissos de verdade, mas algo em mim queria me manter ocupado. Ou talvez... apenas distraído.
Ouvi passos leves no corredor, e logo depois, Isabella surgiu na porta.
— Espero não estar interrompendo — disse, com a voz suave, apoiando-se no batente da porta com um copo d’água na mão. — Você me disse que eu poderia pegar os... livros caso quisesse ler.
— Nunca está. — A olhei por um instante longo demais. — Entra. Eles ficam naquela estante.
Apontei para uma das estantes ao lado das janelas para o jardim, onde ficam os livros de romance e suspense que Elena amava e que agora estão juntando poeira. Ela entrou, observando o ambiente como se estivesse entrando ali pela primeira v