Quando o carro parou diante do prédio, senti meu peito apertar de uma forma diferente daquela que me sufocava horas antes no aeroporto. Não era mais o peso da culpa, mas uma expectativa nova — quase como quando levei Giulia pela primeira vez para conhecer a casa onde hoje construímos a nossa vida. Só que, desta vez, era minha mãe que eu trazia comigo.
Ela estava ao meu lado, quieta, olhando para cima como se medisse cada andar com os olhos. A mão dela descansava sobre a bolsa no colo, mas os dedos tamborilavam sem parar. Eu conhecia bem aquele gesto: nervosismo.
— Eles estão te esperando, mãe — falei, quebrando o silêncio. — Giulia insistiu em preparar algo, mesmo eu dizendo que não precisava.
Ela riu baixo, uma risada meio trêmula. — Parece mentira ouvir você falar dela assim… de vocês três.
— Não é mentira. — Apertei a mão dela. — E você vai ver com os próprios olhos.
Subimos no elevador em silêncio, mas era um silêncio cheio de significado. Quando a porta do apartamento se abriu, S