O motor do carro ronronava baixinho enquanto eu dirigia pelas ruas iluminadas de Madrid. A noite começava a cair, e as luzes dos postes se refletiam no para-brisa. Giulia estava ao meu lado, com Serena dormindo no bebê-conforto no banco de trás. O silêncio entre nós não era pesado, mas eu sabia que ela estava mergulhada em pensamentos. O jantar na casa de Miguel havia sido agradável, mas percebi como ela insistiu em não ficar mais tempo, alegando que ainda havia muito o que organizar na mudança.
— Tem certeza de que não exagerou? — perguntei, mantendo os olhos na estrada. — Seu pai parecia realmente querer que ficássemos.
— Eu sei, Noah… — ela suspirou, apoiando a cabeça contra o vidro. — Mas se ficássemos, eu teria a sensação de que estou adiando encarar a minha própria vida. Preciso me organizar, preciso sentir que tenho algum controle.
Respeitei. Apenas assenti, porque entendia melhor do que ninguém a necessidade dela de encontrar um chão.
Chegamos ao prédio. Entrei com o carro no