Dois dias.
Foram dois dias inteiros tentando falar com ela. Mensagens não lidas, chamadas ignoradas, campainha tocada sem resposta. Eu fui até o apartamento dela três vezes, e em nenhuma tive sequer o som de passos do outro lado da porta. Nada. Silêncio. Um vazio que foi se alastrando dentro de mim como veneno.
Giulia não fazia isso. Ela nunca me deixaria assim… a não ser que algo estivesse muito errado. E esse pensamento foi um peso constante no meu peito desde a primeira tentativa. No começo, achei que ela precisava de espaço. Talvez estivesse realmente doente. Mas agora, com esse silêncio absoluto, o medo começou a ganhar forma.
Ainda assim, entre as tentativas de contato, eu tentava manter o foco na mudança. Mateo conseguiu um lugar para mim — o pequeno estúdio em cima da galeria. Era apertado, mas aconchegante, e tudo o que eu precisava naquele momento. Um recomeço. Ele me entregou as chaves ontem, depois de um dia inteiro na galeria organizando as telas da próxima exposição.
Eu