As paredes da mansão dos Crawford pareciam ainda maiores do que da última vez. Cada passo pelo hall de entrada ecoava mais alto que o anterior, e tudo dentro de mim pedia para que eu recuasse. Mas não podia. Não mais. Eu já tinha chegado até ali, e meu filho — meu filho! — merecia a verdade.
O pai de Noah me olhou como se eu fosse apenas mais uma visita indesejada. Seu olhar gelado me cortava a pele. Ele não me convidou a entrar, mas se virou e disse com voz firme:
— Por aqui.
Acompanhei seus passos até um escritório amplo, decorado com móveis escuros e cortinas pesadas. O cheiro de couro e tabaco impregnava o ambiente, e me senti ainda menor dentro daquele espaço onde tudo gritava “poder”.
— Sirva chá para a senhorita — disse ele a uma das empregadas que passava pelo corredor.
A mulher assentiu e saiu silenciosamente. Me sentei na poltrona à frente da mesa, apertando os dedos no colo, enquanto ele tomava seu lugar atrás da escrivaninha, como se eu fosse uma aluna indisciplinada sendo