O celular vibrou pela terceira vez naquela manhã. Era Isa.

Desde que voltei a Londres, ela vinha tentando manter contato quase todos os dias, mas nas últimas semanas, eu mal conseguia responder. Não era por querer me afastar, mas porque não havia palavras suficientes para explicar o que estava acontecendo. E, se eu dissesse em voz alta... seria real. E eu ainda não estava pronta pra isso.

Respirei fundo antes de atender.

— Oi — minha voz saiu baixa, quase um sussurro.

— Você tá viva? — Isa tentou soar brincalhona, mas havia uma ponta de preocupação que transbordava por trás do tom leve. — Giu, você sumiu. Mamãe tá perguntando de você todo dia. Eu tô tentando não surtar aqui.

Fechei os olhos, sentindo a familiar dor latejar na base da nuca. Uma mistura de culpa, medo e enjoo — constante — tomava conta de mim.

— Eu sei... desculpa. Eu só... tô tentando resolver umas coisas.

— Que coisas? — Isa perguntou, e então, após uma breve pausa, acrescentou com doçura: — Giulia, você pode me conta