Os dias que se seguiram à manchete foram um verdadeiro teste para Isabel. O solar permanecia em silêncio, mas o mundo lá fora fervilhava. Cada jornal repetia a mesma história, cada esquina comentava as fotos, e até os empregados trocavam olhares incômodos quando pensavam que ninguém estava observando.
Na manhã de domingo, Isabel tomou a decisão que vinha adiando.
— Preciso sair — disse à mãe, enquanto se preparava diante do espelho. — Não posso viver trancada. Quanto mais me escondo, mais forte o passado parece ser.
Teresa quis protestar, mas reconheceu a determinação nos olhos da filha. Gabriel, que ouvira do corredor, entrou e parou atrás dela.
— Se vai enfrentar a cidade, eu irei ao seu lado.
Isabel virou-se, delicada, pousando a mão sobre o braço dele.
— Eu sei que não me deixaria sozinha, Gabriel. Mas não quero que pense que faço isso para desafiar Adriano ou a sociedade. Faço porque preciso respirar.
Ele assentiu. Não havia como negar-lhe essa coragem.
O carro da família levou-o