A notícia da chegada de Adriano correu por Santa Aurélia como fogo em palha seca. Alguns o viram caminhando pelas ruas centrais, outros juraram tê-lo visto diante do portão do solar Ferraz. Isabel permaneceu no quarto durante toda a tarde, tentando manter a calma, mas cada ruído no corredor fazia seu coração disparar.
Quando o entardecer chegou, Gabriel chamou Isabel até a biblioteca do solar. Ele já a esperava de pé, as mãos cruzadas atrás das costas, o olhar fixo na janela que se abria para os jardins.
— Ele está rondando a cidade — disse Gabriel, sem rodeios. — Mais cedo, Álvaro confirmou que Adriano tentou se aproximar de alguns conhecidos da sua família. Não demora até que venha aqui.
Isabel sentiu a garganta apertar, mas respondeu com firmeza:
— Não tenho medo. Só não quero que isso manche o nome dos Valente ou dos Ferraz.
Gabriel se virou, os olhos cinzentos firmes nos dela.
— O que está em jogo aqui não é o nome de família, Isabel. É você. E ninguém tem o direito de roubar sua