AlbertoO rosto sereno de Samanta repousava sobre o travesseiro alvo. Ela dormiu antes de chegaram em casa, estava exausta. Depois da sessão, ninguém mais ousou falar o nome dela. Alberto a vestiu em seu quarto com uma das camisetas de algodão que mantinha no armário, e uma calça de moletom.Envolveu Sam na capa grossa e a escoltou para fora. Sam sorria feliz ao seu lado quando entraram no carro. Ela tinha uma expressão de satisfação e euforia que ele nunca tinha visto antes. Sam gostava desse mundo, Pérola era uma parte dela que precisava sair e se libertar. E ele não seria hipócrita em dizer que não gostou desse lado dela. Na verdade, estava alucinado por Pérola e todo o seu erotismo vibrante.Agora que eles tinham se tornado Dom e Sub oficialmente, estava cheio de expectativas do que Sam fantasiava para essa nova relação entre quatro paredes. Ele não pretendia vetar as visitas ao clube, mas deixaria isso nas mãos dela. Afinal, não precisavam da Masmorra para a prática BDSM. Assim
SamSamanta despertou lentamente, os cílios pesados piscando contra a luz suave que filtrava pelas frestas da cortina. O lençol ainda morno abraçava seu corpo, marcado pelas lembranças de uma noite intensa. O cheiro dele ainda pairava no ar, aquele perfume amadeirado com fundo cítrico que se tornara o aroma do seu refúgio.Ela estendeu o braço pela cama, buscando instintivamente o corpo quente de Alberto ao seu lado. Vazio. O frio do colchão denunciava que ele não estava ali há algum tempo. Seu coração apertou por um segundo, mas no fundo de seus sentimentos, sabia que ele não a deixaria sem dizer nada. Não depois de tudo que mudou entre eles nessas últimas semanas.Sam se levantou devagar, sentindo o peso agradável de uma noite bem aproveitada. Um incômodo tênue pulsava entre suas coxas, mas não era dor, era a marca do amor deles. Cada pequeno desconforto era uma cicatriz de prazer. Vestiu um robe leve e seguiu pelo corredor em silêncio, o chão de porcelanato frio sob seus pés con
Samanta Samanta Bastos é uma jovem publicitária de vinte e oito anos romântica e sonhadora, que desde criança sonhava com um casamento de princesa, uma família grande cercada de carinho; almoços de domingo recheados de risadas e feriados barulhentos e alegres. No entanto, o silêncio que a recebia nesse momento ao entrar em casa, era a sua triste realidade. Sam depositou as chaves do carro no aparador da sala e rumou para a cozinha em busca de uma garrafa de vinho. No caminho suas roupas sujas de terra ficaram largadas no chão. O barulho da rolha saindo do gargalo da garrafa se propagou pela cozinha silenciosa. Ela levou a garrafa a boca e se sentou no chão somente de calcinha e sutiã. Seus pensamentos bagunçados se alinharam em uma única pergunta. Como foi que chegou a esse ponto? A lembrança ainda queimava dentro dela, tão vívida e cruel como se estivesse acontecendo novamente. Flashback on Com o rosto banhado de lágrimas, Samanta viu Alberto Darius, o homem que durant
AlbertoOs olhos glaciais acompanharam as pessoas se dispersando. Samanta foi embora totalmente descompensada depois do que viu. Ela não devia ter feito aquilo.Seus punhos cerrados eram a prova de que seu auto controle estava por um fio. O esforço que teve que fazer para não agarrar aquela mulher e levá-la para o seu apartamento para lhe ensinar uma boa lição, era simplesmente sobre-humano.Alberto voltou para o anexo, e fechou a porta com uma pancada que reverberou por toda a estrutura de pedra.- Você disse que ela não viria aqui. – Catarina resmungou, virando a cabeça para o lado. – Por que ela tinha que aparecer?!- Isso também é culpa sua! INFERNO! – com movimentos rápidos e ágeis ele a desamarrou, libertando a mulher da plataforma em forma de X.- Fique aqui, o Ticiano deve estar chegando. – reuniu seus pertences, rumando de volta para a porta.- Alberto... eu juro que sinto muito... - Catarina disse baixinho.- Nunca mais! Você entendeu?! – ele advertiu, com um olhar frio.Sai
Estava na hora de acertar as contas Ícaro.Alberto dirigia como um louco, o motor do carro rugindo como sua própria fúria. O sangue pulsava em suas têmporas, a respiração acelerada e o gosto metálico da raiva na boca. Não havia tempo para pensar, para ponderar. Ícaro, o seu irmão precisava pagar pelo que fez.Ele subiu sem avisar, marchando como um predador para o apartamento de Vitório, seu irmão mais velho. A governanta sequer teve tempo de anunciá-lo antes que ele arrombasse a porta do escritório com um estrondo.Vitório e Ícaro se voltaram abruptamente, interrompendo a análise dos novos projetos para Dallas. O queixo de Ícaro sequer teve tempo de registrar a surpresa antes de receber o primeiro soco. O estalo seco do impacto ecoou pela sala, seguido de um grunhido de dor.Ícaro cambaleou, mas reagiu rápido. Com um golpe certeiro no estômago, fez Alberto dobrar o corpo para frente. Mas a fúria de Alberto era descomunal. Ele se lançou sobre o irmão, socando-lhe o rosto, costelas, om
SamantaQuando o despertador tocou de manhã, ela praguejou imprecações e o desligou. Suas pálpebras mal podiam se abrir, o peso da ressaca e da noite mal dormida era uma merda.Um cochilo de mais cinco minutos causou uma situação pior ainda. Sam caiu da cama em cima do vidro quebrado da garrafa de vinho.- Aiiii merda! – gritou, quando sentiu a pele ser cortada pelo vidro.Se levantou e correu para o banheiro quando viu o sangue pingar no chão. Pegou o kit de primeiros socorros e analisou seu rosto.Um fragmento estava cravado em sua testa, e o restante cortou os dois antebraços e pulso. Não era nada grave, então decidiu limpar e evitar uma visita desnecessária ao hospital.Tomou um banho rápido e verificou as horas. Para variar, estava em cima da hora. Vestiu um tubinho preto e um blazer branco, calçou os saltos agulha caramelo e pegou a bolsa de couro que sua prima Amélia lhe deu de presente de aniversário.A maquiagem poderia ser feita no banheiro da agencia, ela só precisava chega
“Eu nunca vou entender esse cretino.”, pensou surpresa, quando Alberto estacionou na área de embarque e desembarque da Cosmus, a agencia em que ela trabalhava. - Por que fez aquilo com o meu carro? – ela perguntou levando a mão a maçaneta da porta. - O que aconteceu com seus braços e o seu rosto? – ele rebateu, olhando fixamente para frente. Sam pensou em inventar uma mentira. Já era patético demais beber até cair no sono por causa de um chifre, agora cair em cima da garrafa, aí seria atestar sua idiotice. Ela puxou a maçaneta, decidida a não responder. Saltou do carro sem dizer mais nada e praticamente correu para dentro. Infelizmente deu de cara com Daniel Benevides, o sócio majoritário da Cosmus e seu chefe. Um homem que odiava atrasos e pessoas mal arrumadas. Tudo o que ela era hoje. - Pensei que não fosse dar o ar de sua graça hoje Samanta. – o homem alto e corpulento disse, ele avaliou sua figura lentamente.
Alberto A mesa de trabalho estava lotada de documentos, mas há duas horas lia o mesmo contrato e não compreendia uma vírgula do que estava escrito. Os trovões do céu tempestuoso do fim de tarde cortavam os céus traduzindo seu mal humor perfeitamente.Ele se levantou, lentamente, caminhando até a parede de vidro que mostrava a cidade aos seus pés. Um homem como ele aceitava NÃO como resposta.Mas parece que sua teimosa e impulsiva odalisca pensava o contrário. Subestimou a capacidade de alimentar paranoias de Samanta. Não estava com paciência para esperar que ela se cansasse de fazer birra por causa de Catarina. Às vezes os dramas daquela mulher durava tempo demais.Samanta agiu como uma esposa traída e ofendida pela imoralidade. A expressão dela quando viu o que estava acontecendo no anexo, só comprovava o que ele já sabia. Ela não foi feita para aquele mundo. A submissão total e as práticas intensas de BDSM eram demais para Samanta.Alberto sabia que ela não ia voltar atrás em sua d