Samanta
O carro deslizou pelas ruas molhadas, o vento noturno como um silêncio perpétuo que também me envolvia fosse concreto, moldando-se ao meu redor. Gabriel falava algo, em sua voz melosa e baixa, cada frase carregada de promessas não ditas, de convites escorregadios.
Ela apenas assentiu, o olhar perdido na janela, tentando conter a torrente de sensações que ainda pulsava sob sua pele, escondida sob a capa preta.
A maquiagem sob a máscara começava a pesar. Depois do encontro com Alberto, ela se desesperou para sair da Masmorra, e não teve nada que Gabriel pudesse dizer, que a convencesse a se trocar para depois partir. Ela foi embora ainda na pele de Pérola.
Sam olhava para as luzes fracas da cidade. Os olhos verdes, iridescentes de Alberto lhe vieram à cabeça.
Só conseguia pensar nele.
- Você foi um espetáculo, Sam… Aquilo foi a sessão mais erótica e instigante que eu já presenciei nos últimos anos. - A voz de Gabriel cortou seus devaneios, sua mão tocando de leve a