Stella Willians
Odiava almoços em família. E ainda mais quando a palavra “família” envolvia Irina.
Era fim de semana, e eu não tinha como escapar da promessa feita ao meu pai de vir visitá-lo. Engoli a saliva antes de tocar a campainha da casa onde cresci. Brandon, ao meu lado, me lançava um daqueles sorrisos gentis que ele usava como escudo, mas eu conseguia ver que estava nervoso também. Não pelos mesmos motivos que eu, claro. Ele ainda acreditava que havia alguma decência por trás das aparências bem polidas daquela mulher que atendia pelo nome de minha madrasta.
A porta se abriu, e lá estava ela.
— Stella! — Irina sorriu, os braços abertos como se fôssemos íntimas, como se não houvesse veneno pingando de cada gesto dela. — Que surpresa boa!
— Você sabia que viríamos. — retruquei com um sorriso fino, passando por ela com Brandon logo atrás.
A sala estava exatamente como eu lembrava: fria, impecável e sem alma. Como ela. Meu pai veio nos receber com um abraço demorado. Havia algo de