Irina Hayes
Odiava quando subestimavam uma mulher bem-vestida.
Acreditavam que saltos altos, unhas perfeitas e cabelos impecáveis eram sinais de futilidade. Pobres tolos. Era justamente o contrário. Eu me vestia como uma mulher que já venceu, porque era uma mulher que aprendeu a controlar o jogo — mesmo quando o tabuleiro tentava se virar contra mim.
E no centro desse tabuleiro, por mais irônico que parecesse, estava ela: Stella.
A filha da falecida esposa do meu marido. A garotinha órfã de mãe que deveria ter sido uma extensão dócil e grata do meu lar. Mas ao invés disso, tornou-se um espinho cravado nas minhas ambições. Uma ameaça. E pior — uma lembrança viva de que Jackson jamais me amou como amou aquela outra. A primeira.
Por mais que ele nunca tenha dito com todas as letras, eu sabia. Sabia quando ele se calava diante das atitudes dela. Sabia quando defendia aquela ingrata, mesmo sabendo o quanto me desrespeitava. Sabia pela maneira como, em silêncio, permitia que ela continuass