Lincoln não jantou naquela noite. Não era um protesto, nem falta de apetite. Apenas não viu necessidade. O relógio do corredor marcava oito e quarenta e ele ainda estava no chão do quarto, as peças de madeira espalhadas ao redor como pequenas decisões em espera. Não era um brinquedo — nunca tinha sido — mas um exercício. Estrutura, equilíbrio, sequência. Coisas que davam ordem ao dia.
Passou o dedo pela borda de uma das peças, sentindo a aspereza controlada da madeira. Bianca havia segurado aquela mesma peça mais cedo. Tinha hesitado antes de colocá-la no encaixe, como se algo nela pedisse pausa. Lincoln não comentou na hora, mas compreendeu. Nem tudo precisava terminar rápido. Nem tudo precisava começar para ser concluído no mesmo dia.
Ele se levantou, esticando as costas. Cruzou o quarto com passos firmes. Ele desenrolou a planta e cuidadosamente a acomodou sobre a mesa. Era um projeto de arquitetura que estava ali — não de verdade, ainda não, mas era como se fosse. Planta de entrad