CAPÍTULO 41

A casa estava silenciosa de um jeito particular naquela manhã — não o silêncio frio dos corredores, mas um silêncio vivo, cheio de pequenas respirações escondidas.

Helena caminhava pelo corredor com passos lentos, ainda sentindo na pele o calor que não vinha apenas da luz, mas daquilo que dividira com Alberto.

A rotina, porém, não esperava por ninguém.

Na copa, a mesa já estava posta: fruta cortada, bule de prata, pães ainda mornos.

Helena serviu-se de café, mantendo a postura impecável. A governanta aproximou-se.

— Senhora, confirmei com o arquiteto o horário. Ele estará disponível depois do almoço.

Helena assentiu.

— Perfeito.

A governanta hesitou.

— A senhorita Bianca desceu mais cedo hoje.

Helena ergueu o olhar.

— Mais cedo?

— Sim. Parecia concentrada.

— Ótimo. Ela está começando a entender o ritmo da casa.

Subiu para o closet. Vestiu o tailleur azul-acinzentado com precisão; ajustou o colar fino; prendeu os cabelos.

Quando terminou, ficou alguns segundos observando o próprio
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