A casa estava silenciosa de um jeito particular naquela manhã — não o silêncio frio dos corredores, mas um silêncio vivo, cheio de pequenas respirações escondidas.
Helena caminhava pelo corredor com passos lentos, ainda sentindo na pele o calor que não vinha apenas da luz, mas daquilo que dividira com Alberto.
A rotina, porém, não esperava por ninguém.
Na copa, a mesa já estava posta: fruta cortada, bule de prata, pães ainda mornos.
Helena serviu-se de café, mantendo a postura impecável. A governanta aproximou-se.
— Senhora, confirmei com o arquiteto o horário. Ele estará disponível depois do almoço.
Helena assentiu.
— Perfeito.
A governanta hesitou.
— A senhorita Bianca desceu mais cedo hoje.
Helena ergueu o olhar.
— Mais cedo?
— Sim. Parecia concentrada.
— Ótimo. Ela está começando a entender o ritmo da casa.
Subiu para o closet. Vestiu o tailleur azul-acinzentado com precisão; ajustou o colar fino; prendeu os cabelos.
Quando terminou, ficou alguns segundos observando o próprio