“A dor da alma sempre grita mais alto que a do corpo.”
Angeline
Os olhos dele não negavam o ódio que sentia por mim, era algo tão estranho de se ver, os olhos que um dia me olharam com desejo e obsessão, agora me fitavam com nojo e rancor.
Eu queria poder abraçá-lo, dizer que sentia muito, mas como eu faria isso?
Eu ainda conseguia sentir o seu gosto quando ele se afastou completamente, e um vazio estranho tomou conta de mim sem tê-lo por perto.
— Matteo... — murmurei, sem forças.
— Você vai ficar aqui, eu preciso pensar no que vou fazer com você. — a voz dele foi firme, cortante, carregada de um veneno que me atravessou inteira.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele virou as costas e saiu, a porta batendo atrás de si como uma sentença.
Fiquei sozinha. Meu corpo deslizou contra a parede até eu sentar no chão frio do apartamento. Meus olhos marejavam, mas eu me recusava a chorar. Não na frente dele, nunca. Só que agora eu estava só, e as lembranças começaram a vir como