“O ódio dele me queimava por fora, mas foi o amor que ainda vi nos olhos dele que me destruiu por dentro.”
Angeline
O coração martelava dentro do meu peito. Parte de mim queria correr. Outra parte queria ser engolida por ele. Sempre foi assim. Sempre.
Ele avançou um passo, depois outro. Cada movimento dele era um ataque à minha sanidade. Me prendi contra a parede gelada, a água escorrendo pelo meu corpo como se me denunciasse.
Fechei os olhos por um instante. O cheiro dele, o calor, tudo me atingia como um soco.
— Insolente. — O rosnado dele vibrou contra a minha pele.
E então aconteceu. A boca dele colidiu com a minha, dura, selvagem, cheia de ódio. Eu deveria ter virado o rosto, deveria ter resistido. Mas não consegui. O gosto dele me trouxe de volta a vida que um dia foi minha. Um gosto de whisky, tabaco e inferno.
Meus dedos traíram a mim mesma, agarrando o ombro dele. E quando ele apertou minha cintura com brutalidade, eu gemi contra a boca dele, misturando raiva e desejo.