“No meu império, traição é sentença. E ninguém, absolutamente ninguém, sai vivo depois de me desafiar.”
Matteo
O salão do leilão estava lotado de homens vestidos como se carregassem o mundo no bolso e o sangue nas mãos. O cheiro de perfume caro se misturava ao de uísque envelhecido e ao metal frio da ganância. Giovanni andava ao meu lado, abrindo caminho como se fosse dono do lugar, mas todos sabiam quem eu era.
— Don Fontana, que honra tê-lo aqui. — Um dos organizadores quase se curvou ao me cumprimentar. O respeito não era só por educação; era medo. Eu via isso no jeito como evitavam olhar diretamente nos meus olhos por mais de dois segundos.
Eu não sorria. Nunca precisei disso para impor presença. Apenas acenei, pegando a taça que um garçom me ofereceu.
A sala era sufocante, cheia de luzes fortes, fumaça e sussurros que cheiravam a cobiça e perversidade. Giovanni me conduziu até o lugar certo, perto da parede de vidro que separava os compradores das garotas. Homens e mulheres