(POV Selene)
O silêncio que veio depois da fuga não era paz.
Era o tipo de silêncio que pesa mais do que gritos, porque carrega memórias, feridas abertas e promessas ainda não cumpridas.
A floresta parecia prender a respiração junto conosco. As folhas quietas, os pássaros ausentes, o vento preso entre os galhos. Caminhei devagar, o corpo ainda dolorido do último confronto, mas era dentro de mim que a dor latejava mais fundo.
O selo.
Sempre o selo.
Latejava como coração extra, queimando em cada passo. Os elos pulsavam em mim, um a um: Dorian, muralha inquebrável. Ronan, fúria em carne. Caelan, sombra que me envolvia. Elias, maldição viva. E, agora, a lembrança de Ivy — minha tia, meu sangue — acorrentada pela Ordem.
Por um instante, fechei os olhos e deixei que as sensações me atravessassem. Não havia como negar nenhum deles. Não havia como apagar. Eu os sentia porque éramos um só destino. Quisera eu poder escolher, mas a Deusa já havia escrito.
Engoli seco e ergui o rosto para a lua q