(POV Selene )
O acampamento se movia como uma criatura viva, pulsando em uníssono a cada ordem de Dorian. Eles o seguiam sem questionar. A cada gesto dele, eu via olhos firmes, respeito quase devoto. Mas quando o olhar mudava de Dorian para mim, tudo se transformava.
Era rápido, às vezes disfarçado. Olhares que desviavam como quem evita olhar para o sol. Silêncios pesados que se abriam quando eu passava, como se eu fosse uma faísca prestes a incendiar. E, ainda assim, eu sentia: o nome de Elias misturado ao meu em cochichos. O elo que ninguém ousava dizer em voz alta.
O selo queimava sob minha pele, pulsando como ferida exposta. Não era preciso palavras para entender a dúvida que pairava em cada cicatriz, em cada rosto marcado pela guerra: quem é ela para carregar tanto poder?
Enquanto arrumavam os pertences, três jovens guerreiros se agruparam perto da fogueira. O mais alto apontou disfarçadamente para mim; o outro, com olhos mais ácidos, fez um gesto de corrente, simulando que me pr