(POV Elias Drave)
Meu nome é Elias Drave.
Tenho vinte e oito anos, cento e oitenta e nove de altura, ombros largos, músculos talhados pela disciplina e não pela vaidade. O cabelo escuro cai até a nuca, quase sempre preso de qualquer jeito, porque nunca tive tempo para luxos. Minha pele é marcada de cicatrizes finas — não as escondo, elas são meu currículo. Minhas cicatrizes não são lembranças, são medalhas. Cada uma conta uma história que não se conta em palavras. Quando me olho no espelho, não vejo homem. Vejo a coleção de mortes que carrego. Meus olhos? Pretos, como carvão. Minha mãe dizia que não havia brilho neles desde que aprendi a matar. Talvez tivesse razão.
Carrego duas espadas gêmeas: aço temperado com prata e cinza antiga. Nenhuma foi forjada para ser bonita. Foram feitas para atravessar carne lunar.
E funcionam.
Eu não sou um homem comum.
Sou filho da Ordem, neto de caçadores, criado para esmagar tudo o que carrega o selo da Lua. Minha vida não foi escolha. Foi sentença.
A