(POV Dorian)
A lua não traz descanso.
Ela só chama.
E, quando chama, nenhum de nós pode ignorar.
Os uivos que cortaram a noite ainda ecoam dentro do meu peito. São ecos antigos, sons que reconheço desde que respirei pela primeira vez o ar da guerra. Lobos que não pertencem a nós, mas que se movem como predadores famintos, atraídos pelo cheiro de sangue e pelo brilho do selo.
Selene.
Sempre Selene.
Eu sinto antes de ver. O selo pulsa no pulso dela como se fosse tambor de guerra. A cicatriz brilha sob a luz da lua, clara, viva, gritando para o mundo que ela existe. Não há esconderijo que baste. Não há sombra que a proteja.
E isso me consome.
Rosno baixo, puxando-a contra mim, o corpo dela ainda trêmulo depois do quase. O gosto dos lábios dela ainda queima na minha boca, mas não posso pensar nisso agora. O inimigo não espera.
— Atrás de mim. — ordeno, a voz grave, sem espaço para réplica.
Ela abre a boca, talvez para protestar, mas a fecho com um olhar. Alfa não pede. Alfa manda.
Ronan j